
Crônica da Semana
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Regras: para quê?
Escrito por: Weber Negreiros | CEO Revista Negócios & Oportunidades | 30 de abril de 2020

Ontem, quando ia para casa passei por um trecho da cidade que tem o “anjinho” (Sinalização de trânsito que indica a velocidade que você está em trechos com limitação de velocidade) e vi vários outros motoristas em velocidade superior a definida para o trecho, mesmo que quando passassem o anjinho acusasse com LEDs vermelhos o excesso de velocidade. Fiquei me perguntando o motivo de tantos acidentes, já que todos sabem das leis de trânsito, suas proibições, vedações e mesmo assim os números são absurdos. Se trouxermos esse exemplo para o momento vivido pelo Brasil, temos a imprudência de alguns motoristas se repetindo na maioria da população brasileira em relação ao coronavírus.
No trânsito alguns acham que o carro serve como “para-choque” de acidentes; na pandemia do coronavírus qual é o para-choque?
Parece que nascemos para transgredir. Sabemos que o álcool nos tira o reflexo e pode ocasionar acidentes e mesmo assim bebemos. Sabemos que o excesso de velocidade pode causar um acidente e mesmo assim corremos. Sabemos que o erro pode nos gerar multas e mesmo assim o cometemos. Sabemos que a higienização, o uso de máscaras, o distanciamento mínimo e evitar sair, quando possível, reduz o risco de contágio. Mas por que não respeitamos regras? Nos tornamos o país do tudo pode, uma país de imortais, que brincam com assuntos sérios, e quando são apanhados pelas consequências logo acham culpados. Está na hora de nós brasileiros entendermos que toda ação tem uma reação. Que a nossa imprudência afeta diretamente a vida dos outros, e que temos a cultura do papagaio, onde um fala, e muitos outros apenas repetem sem pensar.
Essa nossa imortalidade brasileira que infelizmente tem outro nome: ignorância, faz com que estejamos em um momento difícil(e que vai piorar), com várias crises em curso(Saúde, economia, política...) e muita gente apenas minimizando as consequências.
Nós brasileiros que sempre trazemos conosco a máxima: “Sou brasileiro e não desisto nunca”, não devemos confundir a persistência (as vezes teimosia) com a imortalidade, pois nos próximos meses sairemos e entraremos em crises sucessivas e descobriremos da pior forma possível que a imortalidade cabe apenas na ficção.