top of page

A autoconfiança exagerada


ree

Fábula da Lebre e a Tartaruga: Velocidade sem direção pode ser vencido pela constância

de atitudes e a persistência, mesmo frente as adversidades.


Quem já não ouviu a fábula da Lebre e a da Tartaruga, onde todos vibram com o desfecho onde o mais lento vence o mais rápido. Mas será que essa é a grande lição? Será que por trás de tudo isso nós não temos grande lições a tirar? Ou será que essa não é mais uma das fábulas usadas para dizer que você pode atingir o que você sonhar? Na realidade a resposta a estes questionamentos trazem um pouco de suas perguntas, mas nos levam a belas reflexões e no artigo de hoje iremos tratar dos paradigmas causados pela “velocidade sem direção”, da “autoconfiança sem o olhar constante para o cenário”, da “lentidão pensada de forma estratégica” e da “constância necessária a atingir os objetivos”, vamos a essa viagem pelo ser.


Algumas pessoas acreditam que por serem mais ágeis, mais rápidas e com raciocínio bastante prático os credenciam a levar vantagem em relação aos mais lentos, porém esquecem que não adianta ser veloz se você não sabe qual a direção correta a seguir, qual o Norte a atingir e principalmente quais os possíveis obstáculos que estarão no meio do caminho e que deverão ser superados, e muitas vezes a velocidade não ajudará na superação desses obstáculos.


Normalmente os mais rápidos carregam consigo a autoconfiança como aliada de primeira hora, ou seja, colocam-se acima do bem e do mal e já se intitulam vencedores de todas as disputas que participam. Porém esse perfil, não leva em consideração a necessidade do olhar constante para os cenários e que como tudo na vida mudam em questão de milésimos de segundos. Considero esse um dos maiores riscos para as pessoas. Quando você se deixa tomar pela autoconfiança, que normalmente está ligado ao EGO exacerbado, você passa a ter uma “miopia da realidade” e passa viver em “bolhas” que significam apenas os conceitos e preconceitos defendidos por você, porém não compartilhados por mais ninguém. O pensamento rápido e a autoconfiança podem representar uma boa combinação, desde que conceitos básicos como humildade, respeito e integridade estejam presentes, caso contrário será despertada a arrogância e a prepotência como forma de conduzir os projetos futuros.


As pessoas erradamente identificam nos outros um comportamento lento e de bate pronto atrelam esse comportamento a baixa produtividade e ao pequeno aproveitamento e participação nos projetos. Mas é importante identificar que algumas dessas pessoas desenvolvem um senso aguçado de análise de cenário, onde o seu silêncio é a melhor forma de comunicar, pois no silêncio ele está pensando os próximos passos. Isso não é regra, mas você verá que profissionais que gostam de atuar nos bastidores e se posicionam poucas vezes, mas de forma assertiva e precisa, acabam contribuindo muito mais do que as pessoas que gostam de barulho, holofotes e que praticam a velocidade sem direção.


Claro que as pessoas que têm como regra de vida a lentidão não se encaixam na maioria dos projetos, porque as que pensam estrategicamente sabem da importância da velocidade, mas uma velocidade equilibrada e de acordo com a necessidade de cada passo a ser dado na busca do resultado. Essa velocidade trataremos como “velocidade constante” ou “velocidade estratégica” que nada mais é do que você encontrar o ritmo adequado – nem corrido demais, nem lento demais – para colocar em prática cada etapa do projeto definido.


Pode parecer o modelo mais óbvio, mas não é. Esse modelo nada mais é do que o amadurecimento pessoal e profissional de quem sabe diferenciar velocidade de ritmo, autoconfiança de arrogância, lentidão de inércia e precipitação da hora certa da tomada de decisão. Então mesmo que saibamos que temos que encontrar a melhor fórmula para alcançar nossos objetivos, não podemos deixar algumas habilidades e competências de lado, como por exemplo:


1. Saber ouvir, ou melhor escutar - Somos excelentes ouvintes, mas escutamos pouco, ou seja, aproveitamos pouco do que vemos e ouvimos das pessoas. Isso se aplica muito no processo de decisão de gestão, onde as pessoas ouvem, mas não analisam as informações e no final tomam decisões equivocadas pelo déficit de atenção e a falta de vivência em relação aos fatos;


2. Não ignorar os adversários e os obstáculos – Pessoas que entram em processos com fórmulas mágicas prontas, excesso de autoconfiança, apresentando comportamento de professores de Deus e ignorando as oscilações do mercado poderão colocar todo um projeto a perder e a comprometer todo um trabalho realizado no passado, pela sede inabalável pelo poder advindo do seu ego;


3. Postura assertiva sempre – Em todos os desafios que vamos encontrar, algumas coisas se repetirão e devemos trazer a nossa experiência como decisiva nas escolhas e na definição do Norte a seguir. Em síntese devemos sempre ter a situação sobre controle, mesmo nos piores momentos. Temos que estar serenos para que as pessoas que estejam ao nosso lado não sejam tomadas pelo pânico e se mantenham focadas e criativas para que uma ação inovadora possa surgir a qualquer momento e nos proporcionar o sucesso desejado;


4. Liderança é questão fundamental – O processo de decisão é inerente as formas e as pessoas envolvidas no processo, deve existir para que os envolvidos sintam a firmeza do comando, um comando sem força, mas conquistado pelo respeito e que garantirá a equipe a tranquilidade de que existe a pessoa certa tomando as decisões certas, embasadas na capacidade de ouvir e escutar; na forma humilde e respeitosa de comandar; na forma assertiva de decidir e sendo um líder nato, admirado e seguido pela equipe.

Então voltando a fábula da Lebre e da Tartaruga fica mais claro o motivo pelo qual a mais rápida foi superada pela mais lenta. A tartaruga nos ensina que valores como a persistência e a determinação são muito importantes em nossa vida, que ouvir a exposição ao ridículo proferida por muitos não significa que isso determinará o nosso fim. A fábula ensina também sobre a humildade e que jamais devemos nos gabar demais e o excesso de confiança pode ser um grande obstáculo para alcançarmos nossos objetivos. E por fim nos ensina que o trabalho e o esforço contínuo sempre trazem bons resultados, vencendo até mesmo uma competência arrogante e negligente.


Por isso, não se esqueça que o que outros pensam sempre deve ser observado, mas não pode se tornar lei e muito menos limitadores dos seus sonhos. Sonhar é livre, alcançá-lo é uma questão de atitude e usufruir dele é o resultado da sua colheita.



Por: Weber Negreiros


 
 
 

Comentários


bottom of page